“Você recebe créditos para usar os serviços dela, como o Cloud, serviços de todos os setores de uma empresa. A Microsoft oferece incentivos e fazemos uso deles. Eles também fazem a ponte com investidores, com a própria Microsoft, leva a gente para eventos, nos conecta com profissionais da Microsoft para mentoria, suporte técnico. Eles nos auxiliam no desenvolvimento da tecnologia”, detalha Duda.
“Eu estudava numa escola de bairro nas Quintas chamada Centro Educacional Campos Oliveira que, inclusive, fechou. Era uma escola bem pequena, de bairro. Lá eles me davam muito suporte. Me colocavam para ensinar meus coleguinhas porque eu tinha uma facilidade maior em aprender, também me davam atividades diferentes e foram as primeiras pessoas a falar para minha mãe que eu precisava de acompanhamento psicológico. Já aconteceu da turma inteira da escola estar lendo Feiurinha e eu estar lendo Shakespeare. Eles também tiveram o cuidado de não me adiantarem de turma para que eu não perdesse o contato social, para não ter dificuldades de socialização com pessoas da minha idade, de ter um ensino humanizado”, relata Duda.

Mulher, preta e de família simples, Duda nasceu no bairro das Quintas, em Natal, e se mudou aos 12 anos com a família para o Pajuçara, na Zona Norte da cidade. O interesse pela ciência começou bem cedo, ainda na infância. A capacidade de aprendizagem avançada da menina foi percebida pelas professoras na escola e estimulada pela família em casa.
A menina se destacava na escola não só ensinando aos amiguinhos, mas fazendo protótipos de equipamentos hospitalares, quando a maioria das crianças, ainda se interessava por assuntos mais simples.
Ela tem apenas 24 anos, mas já construiu um currículo acadêmico de fazer brilhar os olhos de qualquer cientista. Maria Eduarda Franklin possui duas graduações; uma em Ciência e Tecnologia com ênfase em neurociências e outra em Engenharia Biomédica, ambas pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Duda, como está em suas redes sociais, também já é mestra em Neuroengenharia e em Ciência, Tecnologia e Inovação, além de ser uma das fundadoras e CEO da Orby,Co., uma startup que oferece soluções em tecnologia para integrar processos médicos.
Entre as conquistas mais recentes, a Orby,Co., venceu a Brazil Conference at Harvard and MIT (Massachusetts Institute of Technology), realizada entre março e abril deste ano em Boston, nos Estados Unidos, e passou a integrar, desde maio, o Microsoft for Startups Founders Hub, o hub da Microsoft que ajuda a impulsionar startups pelo mundo.
“Você recebe créditos para usar os serviços dela, como o Cloud, serviços de todos os setores de uma empresa. A Microsoft oferece incentivos e fazemos uso deles. Eles também fazem a ponte com investidores, com a própria Microsoft, leva a gente para eventos, nos conecta com profissionais da Microsoft para mentoria, suporte técnico. Eles nos auxiliam no desenvolvimento da tecnologia”, detalha Duda.
Eduarda Franklin durante palestra no MIT I Foto: cedida
Eduarda Franklin durante palestra no MIT I Foto: cedida
Mulher, preta e de família simples, Duda nasceu no bairro das Quintas, em Natal, e se mudou aos 12 anos com a família para o Pajuçara, na Zona Norte da cidade. O interesse pela ciência começou bem cedo, ainda na infância. A capacidade de aprendizagem avançada da menina foi percebida pelas professoras na escola e estimulada pela família em casa.
“Eu estudava numa escola de bairro nas Quintas chamada Centro Educacional Campos Oliveira que, inclusive, fechou. Era uma escola bem pequena, de bairro. Lá eles me davam muito suporte. Me colocavam para ensinar meus coleguinhas porque eu tinha uma facilidade maior em aprender, também me davam atividades diferentes e foram as primeiras pessoas a falar para minha mãe que eu precisava de acompanhamento psicológico. Já aconteceu da turma inteira da escola estar lendo Feiurinha e eu estar lendo Shakespeare. Eles também tiveram o cuidado de não me adiantarem de turma para que eu não perdesse o contato social, para não ter dificuldades de socialização com pessoas da minha idade, de ter um ensino humanizado”, relata Duda.
A menina se destacava na escola não só ensinando aos amiguinhos, mas fazendo protótipos de equipamentos hospitalares, quando a maioria das crianças, ainda se interessava por assuntos mais simples.
“Eu sempre gostei de estudar. Quando eu era pequena, pra você ter ideia, na feira de ciências meus coleguinhas faziam maquete de fazendinha e eu fazia protótipo de equipamento médico-hospitalar. Eu fazia tomógrafo, raio-x… e minha mãe apoiava muito, virava a madrugada comigo. Fazia com sensores, o que deixava o protótipo mais ou menos funcional, dava a impressão de que estava funcionando. Eu sempre tive esse ‘approach’ muito grande com a engenharia, mesmo minha família tendo parte da formação na área de humanas. Minha mãe é assistente social e também tem formação em secretariado, as minhas tias também são todas da área de humanas, contabilidade, nutrição. Mas minha mãe me apoiava muito, eu gostava muito de engenharia e de fazer coisas”, lembra.
A Orby
A startup Orby,Co. foi fundada por Eduarda em parceria com os amigos Aldrén Martins (engenheiro biomédico) e Kalynda Gomes (designer). A empresa desenvolveu o Audionics, um aparelho de amplificação sonora que realiza a filtragem de ruídos em ambientes desafiadores para a escuta, o que não é suportado pela maioria dos aparelhos auditivos vendidos no Brasil, o que garante mais autonomia e qualidade de vida aos usuários.
Já realizamos captações a fundo perdido e estamos em fase de negociação com alguns investidores do Vale do Silício para fecharmos a rodada para começarmos a operar nessa segunda parte do ano por algum tempo sem precisar captar de novo”, revela Duda.
Com a Orby,Co., os potiguares se tornaram os primeiros representantes do Rio Grande do Norte a vencer a Hack Brazil, de Harvard e do MIT. Eles também foram convidados a conhecer o Vale do Silício, onde ficam as maiores universidades e pesquisas do setor de tecnologia.
Por causa de sua atuação no campo científico, Eduarda foi indicada para representar o Brasil no Fórum de investimentos da ONU (Organização das Nações Unidas).
“Sou a indicação do Brasil ao prêmio de empreendedorismo feminino. Se conseguirmos passar pela seleção no Brasil, vamos representar o país no Fórum de investimentos da ONU com uma bigtech puramente nordestina, potiguar. Estaremos competindo com o globo inteiro. São poucos os países que conseguem ranquear para ir para lá. Cada país manda suas indicações e a banca global decide quais serão apresentadas”, revela a jovem.
O evento será realizado em outubro, em Abu Dhabi.
“É muito importante porque a gente coloca esse ‘approach’ da ciência e tecnologia, principalmente a tecnologia hard, que é mais complexa, pro mercado e entrega essa visibilidade. É muito importante o trabalho que a gente vem fazendo não só enquanto proposta de valor que a gente entrega para o paciente, mas também pela bandeira que a gente levanta”, avalia Eduarda.
Atualmente, a jovem está concentrada no desenvolvimento da Orby, mas planeja fazer doutorado na área de computação aplicada para a neurociência.
“Essa é uma parte da neuroengenharia que eu gosto muito e na qual atuo. Quero muito num futuro breve estar fazendo doutorado. Também quero fazer um MBA, mas não agora. A médio prazo, penso em Stanford ou Berkeley, que tem cultura nessa parte de business. Mas também estão no meu radar as universidades de Harvard, MIT, ETH, na Suíça, e tive convite para fazer doutorado na Irlanda, que é muito boa na área de interface cérebro-máquina”, avalia.